Meia Maratona de Campinas (14ª Meia Maratona)


SINOPSE

Antes, desejo que entendam meu raciocínio.

Em 2008 a Listel patrocinava o maior evento esportivo da cidade. Em 2009, ela não participou e o evento deixou de ser em Joaquim Egídio por questões políticas; transferiu-se para o Swiss Park na esperança de que com o "peso" do evento apartamentos de lá fossem vendidos mais rapidamente. Falhou. Quem falhou? Sei não. Sempre quis saber quem são os gestores disso tudo e de onde vem estas idéias mirabolantes que só nos trouxeram dores de cabeça correndo lá dentro naquele dia (O terreno era de muita subida e descida. Pela primeira vez encheu o saco! Pouca água, temperatura, etc.) 

Lembro-me que  Não havia também acesso da Anhanguera para o condomínio. Um estorvo pra chegar no dia. 

Em 2010 não se realizou o evento por algum motivo em nenhum lugar da cidade. Até hoje não descobri. A falta de apoio e incentivo esportivo na cidade era ridículo. Ninguém se importava com esta causa; São Paulo e Rio de Janeiro tem imposições fortes da população e a "coisa anda". Aqui não. 

Há um respeito e uma lógica em relação a contagem do evento quando o mesmo se repete. E o faz ser importante independente do tempo que passe. Coloquei "14ª" porque era pra ser a contagem verdadeira. Com isso o evento, em partes, perde-se o "respeito" e não cai na graça dos veteranos que em outros locais gostavam de vir para cá. Por mais que se invista em marketing percebi, conforme os anos, que a idade do evento conta muito e é uma coisa tão valiosa que passa despercebida. 86 anos de São Silvestre, que "peso" tem isso? Fazer um evento de data recente dá uma mensagem subliminar de que tem-se muito a aprender. Não era isso que queria ouvir anos depois. A meia maratona campineira já tinha tradição e não perceberam isso. Agora a cagada tá feita e não tem como voltar atrás.

Enquanto isso A ciclovia campineira, de 17,5km  foi inaugurada em fevereiro/ março deste ano. Já corri como treino lá, só duas vezes. Calculava eu em 90% de acerto a possibilidade de ocorrer uma meia maratona onde esta ciclovia passasse. 

E foi o que aconteceu. 


O AVISO
Não pense você, leitor internauta navegante etc.; que sou somente um cara que só pensa em escrever histórias apenas de corrida e suas aventuras; se resumindo justamente e apenas a isto. Eu sempre acreditava que havia coisas e causas muito maiores para participar e não podia ficar preso somente a um treino militar, correr com uma camisa estampada e rezando pra pegar um pódio e sair na foto do orkut dos outros. 

É como se, o meu desejo, constantemente, é estar um passo a frente em tudo. Se este é meu ponto de vista e se o texto acima te agradou; imagina o que viria depois. 



O CONVITE

Não me recordo em que corrida que o recebi; deve ter sido nas 5 milhas de Valinhos; mas o Tiago Bicudo, indo direto ao assunto já esperava a resposta. E eu não esperava que algo assim aconteceria. 

Não agora. 

Ser convidado a ser garoto propaganda.



Isso quebraria bonito todas as opiniões erradas e o preconceito maligno do '"zé-povinho" que dizia que um jovem homem negro morador de favela não iria longe!

Quebraria a mania que os desinformados tem de acreditar em tudo o que lhes falavam ao invés de ir comprovar se realmente era aquilo mesmo. Por exemplo: naqueles dias era mais fácil todos acreditarem que eu era um viciado crônico do que um atleta que já tinha 7 troféus, bolsista ProUni após 7 tentativas e trabalhando em transportadora pra ajudar na casa.


Era uma boa forma de mostrar serviço e ver se minhas condições no atletismo mudariam. Embora não mudaram porque ninguém me procurou depois da campanha alguma coisa na mente de alguém ficou pra melhor!










A sessão de fotos durou quase um dia inteiro, e no mesmo dia tive que ir trabalhar até 21h, 22h. Sempre foi assim. No meu serviço, claro, virou zoeira. Bateram a foto de um celular e levaram. Pensavam que eu tinha ficado rico; o clima era só risada.




Pra você que nunca trabalhou em transportadora, levar caixas pesadas, trabalhar com pouco salário descontando tudo; companheirismo, alegria e piada o tempo todo era a única distração pra encarar todo dia a mesma rotina. Isso vale pra quem nunca foi gari, lavador de carros, teleatendente, promotor de vendas de financeiras, ou trabalhou na roça. Bom, nem todo dia de trabalho era ruim. 


A CORRIDA

Tá aí uma coisa que não sei dizer se curti bastante. 
Sim, participei de toda a ação, fui staff uma semana antes, o projeto dos organizadores foi sensacional. Estava de férias do serviço e ajudou mais ainda.

Mas havia algo errado. Faltando. Sei lá. 

Sim, o treino continuava, fortalecimento na academia também, mas não conseguia olhar nem pro lado na academia tamanho era o foco. A esperança de "fazer bonito" no evento invadiu minha cabeça e o medo de fazer feio era maior. Sei que hoje entendo que isso não era tão importante porque o que vale era a participação do evento, fazer o melhor e honrar a camisa. Não pensei nisso; não me deram treinamento psicológico pra isso. O que ocorrera na 5 milhas não estava acontecendo ali. A cabeça estava a mil. Já era o polar, tinha perdido o controle da pulsação, não me servia mais. 

O jeito era, ver o que dava pra fazer pra distrair. O Marcos apareceu e só deu umas palavrinhas. Não resolveu. Engraçado: me preparei ou não pra esse evento? 





Os atletas de elite foram chamados para um espaço mais a frente. Eu e os demais esperamos a buzina tocar. E, quando explodiu, no fim da Glicério já vi que tive problemas. Respirar demais foi o único. O nervosismo era terrível. Não sei se criei isso tudo, toda essa emoção em volta; mas hoje, em 23/01/2015 me recordando disso, fico me perguntando porquê não consegui ficar tão calmo naqueles dias. 





Eu só sei que estive no limite o tempo inteiro.



O ex-colega de quartel, Couto, tirou essa foto. Eu só queria acabar a corrida. não me recordo de mita coisa não.



Só de ter passado desse jeito aí. Acabou tudo? Nada..... faltava coisas ainda!


















Após a apuração, o direito a premiação na categoria não tive, fui o quarto. Pena. Só pude aproveitar o resto da festa zanzando. Naquela hora não sabia se estava feliz ou chateado. O nervosismo passou depois que acabou o exercício. 






O Braga, segurança, não me recordo se era sargento do exército na ativa ou se havia pedido baixa. A queniana, da Luasa., vencedora, já aproveitei a chance.


Esse é outro camarada que sempre vejo.




Espalhei no orkut e facebook antigo essas frases, tirinhas, tudo! Mostrar o que tinha ocorrido. Presenteei uma donzela com minha medalha, que foi aniversário dela no dia da corrida. 

Não chegou a ser uma febre, apenas pessoas muito próximas comentaram sobre o assunto. 

É como se a pressão toda que estava na cabeça fosse à toa, o público pra quem mostrei não correspondeu e.... era mais um corredor correndo ou inspirei alguém? é... tá esquisito. 





No fim das contas, por telefone, conversando com o Marcos, só cheguei na posição que eu estava devido ao treinamento que tive no quesito subida. Já havia subido algumas piores mas a ladeira onde é o "Laurão" era ruim; e pegou muita gente despreparada. Deixei muitos para trás. Este espanto que deve ter ocorrido na cabeça de muitos. Pode ser que tenha dado surpresa ao Marcos; o resultado foi positivo. Por eu não perguntar Não sei dizer se ele esperava que eu fosse melhor ou se o resultado foi bom; treinar pra meia maratona é complicado. A vida seguiu e a suposta fama que uns e outros da organização pensavam que eu teria não tive.

Vai ver, nas minhas orações, peço a Deus que me coloque no caminho certo. Vai ver, se eu assumisse algo a mais naqueles dias, do jeito que eu estava, tentando me livrar da DP que peguei por causa de 0,5 pontos, e de algumas dúvidas em meus treinos que ainda tinha.... poderia me decepcionar.  



Este são fragmentos da propaganda por e-mail que postei separadamente. Este e-mail foi jogago no "mailing" de todos os interessados em participar da corrida. Na verdade de muita gente, não se sabe pra onde estes e-mails foram. 


Flyers,  fotos e o cartaz guardarei por toda a vida. Ainda tenho um monte aqui.


Sim o evento deu o que falar e a maior batalha que travei e ainda travo é contra mim mesmo. 



Acredito que, se eu não fosse "qualificado", se não fosse escolhido pela índole e pelo esforço, ou consideração, ou amizade, não estaria numa aventura destas. Tanto que fui convidado novamente pra fazer a mesma coisa um ano depois. 

Os apoiadores gostaram da minha participação na propaganda. Na academia não me lembro como foi a sensação porque era só treino e reforço, quase não raciocinava de tão focado. 

Enfim, isso é o que me recordo.


Vida longa para todos!


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