95ª Corrida Internacional de São Silvestre




Quando chega nos últimos dias do ano me sinto estranho. Não sei ao certo. Aquelas músicas motivacionais e vídeos que dão emoções nessa época do ano não deveriam me afetar tanto assim pelo nível de stress dos conflitos dos anos que passei. Como se não devesse me importar mais. Solidão também é uma condição que eu não deveria viver, mas tá aí.... nítida.




Dez anos de São Silvestre eu completo. Todos os anos me vejo correndo e aprendi muito nesse evento que junto com outros trasformou minha vida como atleta. O trajeto pra mim não é difícil, assim como comentei que outras provas também não o foram. Aquela avenida final pra mim é "fichinha" perto das que eu subo treinando. 1h25min subi e terminei com dez quilos a mais nos dias de novato inspirado a dez anos atrás. Dá ainda vontade de interagir com quem assiste a corrida, cumprimentar quem olha nos meus olhos, palmas com as crianças, xingar os corintianos (pois sou palmeirense) que não se sabe porquê ficam num trecho perto da "Barra Funda" se não me engano. Vi uma repórter da China e parece que perdi a chance de aparecer na TV de lá; achei que ela me ligaria após o evento. O número de fantasiados vem caindo mas o de inscritos segue como sempre. Não me vejo fazendo outra coisa por hora, no encerramento de ano, sem ser a corrida.

Possuo memórias que só desse evento daria um livro a parte. E tento na medida do possível ter registros desse e de demais eventos porque sei que as datas são específicas, especiais e não voltam mais. E tenho uma missão particular que é se lembrar das coisas boas e esquecer de vez as ruins, como num autotratamento psicológico. Os registros são fotos e vídeos; infelizmente tenho pouquíssimos. 

As filmagens do meu celular na verdade não deveria fazer. Era pra me concentrar totalmente nesse evento mas..... eu escolho. Não precisava disso. Ah, como eu queria tanto que alguém compartilhasse arquivos comigo quando precisei. Uma foto é uma premiação, não fazem idéia. Ter que registrar meus atos sozinho me faz pensar o quanto sou sozinho nesse planeta. Como se não se importassem. Faria o melhor no evento, recebia as fotos, criava um álbum, levaria pra molecada ver e faria até um "legado" e mais exemplos.

Mas não.

Quando chega essa época do ano, a tristeza vem, porque tudo se repete novamente. Vou pra um evento onde raramente vejo quem conheço e quando vejo não posso falar. Não há registros meus em percurso. Os que tem são horríveis demais para postar . Preciso comprar os melhores; só vou saber tempos depois quando ninguém ou eu mesmo não se interessam mais. Em meu redor vejo quem faz torcida pelo participante, balões com seus nomes, cartazes, beijos na boca, bolos de aniversário, todas as festas e risadas que eu nunca tive. Desejo aquilo. Estou chorando e escrevendo ao mesmo tempo, pelo nível de tristeza com uma música em mente que não sai: "Last Samurai Theme - A Small Measure of Peace (Hans Zimmer - 06:15 em diante - youtube" .

Prefiro chegar em último e ter essas alegrias aquilo do que em primeiro e não ter essas sensações. 

Marcelo Campos, Esporte Fitness, "Lulu" (Luciano Barros), Principado do Pilates, Revista Ristritos foram os apoiadores na inscrição, treino e transporte nesse evento. Fiz o compromisso de ir completar o trajeto. O desejo era fazê-lo em menos de uma hora. Já que deu falha, peguei o celular e filmei minha chegada duzentos metros antes. Porque em anos anteriores já aconteceu dessa chegada não constar nos arquivos e pra reivindicar foi péssimo. 

A galera que assistia adorou essas filmagens, minha agitação mas aí quem daqueles na multidão me reconheceria tempos depois? E quem me conhece, entende meu estado? O vídeo acaba tendo menos de 30 visualizações e depois vai pro arquivo "morto", e ...fim....

Repito: o trajeto é fácil. A multidão é complicada só até o dia que eu for da elite. Porém carrego uma dor de anos; passo e ninguém vê. Volto e quem "me viu" foi embora. Outros participantes tem o que pensei que eu teria também depois de dez anos inscrito, de doze participando de um evento famoso no mundo. Reconheço o quanto estou em solidão no esporte; uma presença física é mil vezes melhor que a virtual. Creio que não fui treinado pra isso. Trocaria minha primeira colocação solitário por uma última rodeado de pessoas que dão risada comigo em um ano que termina, em esperança do próximo ser melhor. Caso se lembrem, escrevi que nunca quis ser um sobrevivente e sim uma pessoa comum, que não tivesse essas...coisas. 

Talvez haja reações nos leitores e ajam melhor futuramente. Ou talvez tudo isso sejam "coisas" da minha cabeça, onde preciso lutar contra elas mais uma vez.
Houve lutas e a São Silvestre ajudou nas conquistas. E agradeço a Deus pela guarda que me trouxe.
Das tristezas e sentimento estranho no fim de ano e a solidão terrível, Realmente não sei o que eu fiz para estar desse jeito.
Não sei mesmo.

Queria que fosse melhor.


















Agradeço a atenção.
Vida longa a todos!


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Pablo Antônio Gomes dos Santos.
Ex-vendedor ambulante de doces nos faróis.
Deus mudou minha vida.
Hoje: atleta "ocr"; blogueiro; escritor; ex militar das Operações Especiais do Exército em 2004; pós graduado UniFeSP; preparador físico ; profissional da educação física; quadrinista; recordista mundial (aguardando...); técnico em administração e logística; terapeuta holístico; ultramaratonista; YouTuber e condutor da Tocha Olímpica Rio2016 戦士

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Acompanhem atualizações emocionantes.

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