corrida Family Run (Maratona do Rio)

Há um outro motivo que me motivou a ir ao Rio de Janeiro, não só pelo desejo de fazer uma corrida lá, de conhecer a cidade carioca, e por consequência fazer amigos, etc. Mas foi por um erro muito sério e muito bobo. Algumas coisas não devem ser lembradas. 
Mas este erro me deu experiências. Agora conheço a cidade carioca, já posso andar lá com mais tranquilidade.


Era audacioso, ambicioso e muito interessante o planejamento para fazer esta corrida lá. Conversei com o apoiador e com meu dinheiro e o dele eu fui. Já havia viajado antes. Daria tudo certo.


Porém, lá, quando peguei o kit, e passando algumas horas no "Sul'américa", além de não ter achado quarto para ficar no pernoite, o que ocorreu? PERDI O KIT!

 E com certeza foi dentro do ônibus! Com certeza acharam e.... 

Perdi o chão. Estava tudo acabado. Eram 22h e nada de achar nem quarto e nem idéia de onde o perdi. Com a mania de levar o que tenho como "tira-colo", um "tira e veste" toda hora... deu nisso. Dinheiro... tava pouco. Era outro erro que apareceu. Pensei que passaria a noite acordado na rodoviária. Mas sei lá no que deu em mim que pensei: "não... ainda não acabou". Desci na porta da rodoviária e havia uns taxistas. O mais velho, idoso, pouco doente, parecia o "preto velho", não andava muito bem; me levou a uma hospedaria. No Santo Cristo. A pé. 



Havia um quarto. O último. Para meu alívio. A única coisa que ele pediu em troca eram $0,50 para tomar um café. 

Botei a cabeça no travesseiro; meia noite. 

É por isso que estou correndo desse jeito.
Fiquei furioso. Na hora da explosão da largada, escolhi Ouvir rock: "Korn - Freak on a leash" e dei "play" depois de alguns metros. O playlist era de rock pesado. Pisava forte no chão, doía o pé,; o som assustava quem estava do lado. O fotógrafo na moto mudou o semblante.

 Eu Perdi totalmente o controle.








Até hoje, me pergunto se realmente era eu mesmo correndo.
 Já era a ansiedade. O nervosismo tomou conta. Não ouvia mais nada, só sentia a música, a raiva e a alegria de correr e uma certeza que levaria pelo menos uma medalha pra casa.

Isso me deu um certo alívio.

Uma coisa curiosa, chegando perto do tapete azul, quis passar pelo canto. Não sei porquê me deu vergonha de correr e passar no meio da rua. Não me recordo se era medo de ter que postar foto e descobrirem que perdi o kit e, com isso, perder credibilidade. Não me recordo se achava que havia alguém contra. Não teve e nunca teve; mas ... você sabe... coisas da cabeça de humanos. uma noite conturbada, perda do kit.... não jantei... não tava fácil.


A Gardênia, chefe dos "staff's" no dia, me deu uma medalha quando o evento dos 6km estava finalizando. Contei o que aconteceu e ela aceitou.

O mesmo "negócinho" que já vi antes, tinha um desses lá. Falei de meu tempo e bati a foto. É a única forma de provar que corri lá. 



O fotógrafo que conheci lá, na hora, encostado na grade, enquanto eu conversava ele tirava fotos. Sei lá porque; tanto que fiz pose, me despedi dele e ele continuou disparando..... esquisito.... 







Queria voltar no tempo só pra pelo menos ter ido a  hospedaria antes e ter vigiado mais meu kit. 


No ano seguinte, quando volto para agradecer ao taxista; pois ele havia sumido quando voltei depois da corrida; fiquei sabendo que ele falecera sete meses antes de eu chegar. 

Aprendo uma coisa: as pessoas que me admiram, principalmente os parentes, quero que todos eles saibam que estou nesta vida e que sou vitorioso! E que pelo menos um deles veja uma foto de pelo menos um pódio meu. Minha tia Adélia faleceu. Muito querida. Mas tinha visto minhas fotos no exército antes de partir, porque sabia que eu queria seguir carreira militar.

Desta vez deu tempo.

Quantas vezes as pessoas mostram coisas boas a seus parentes antes deles partirem? E quantas coisas não deu tempo de mostrar? E porque eu seria mais um no "gráfico"? 

O problema é que o futuro deixou surpresas.


Fiquei um pouco, assisti quem vinha da maratona, esperei o tempo passar na hospedaria e.... fui embora. Prometendo que voltaria.

Nem minha mãe sabe disso. Contar meus problemas pra ela... lá? Pra quê?
E também ninguém mais sabe destes detalhes. Só agora; porque escrevo.

Isso é tudo que me recordo.


Agradeço a atenção!
Vida longa a todos!


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